Número 1: banheiro é território sagrado, é enfim sós, é aula de privacidade, é patrimônio tombado, é esconderijo secreto, é oásis, é ilha deserta, é cofre fechado com senha.
Número 2: não é justo a gente usar esse bunker maravilhoso só pra fazer número um, número dois e tomar banho correndo.
Eu gosto de pensar no banheiro. Os azulejos já me conhecem, respeitam meu silêncio. O vaso sanitário vira banco de praça. As toalhas penduradas são a paisagem. Fofas, compreensíveis.
A frente do espelho é outro lugar bom pra pensar. E com a escova de dentes dentro da boca. E com a torneira fechada, pra não desperdiçar pensamento. E com o cotonete no canto do olho. E com o algodão na ponta do nariz. E atrás da porta do box. Em cima do tapetinho de borracha. Embaixo da água quente.
Eu gosto de pensar que o banheiro é só meu.
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